6 de set. de 2013

Sorte, talento e trabalho: ingredientes para o sucesso


Os ingredientes citados são componentes para uma receita de sucesso em qualquer área da vida e não só para o futebol. Tal como água/malte/lúpulo na fabricação de cervejas, as diferentes formas como são dosados e misturados resultam em sabores diferentes ou sucessos diferentes de acordo com o setor da vida, mas em TODOS os casos tais ingredientes precisam estar presentes.


No caso do futebol e da vida creio que a ordem dos fatores raramente se altera: o talento para atingir um objetivo precisa ser constatado em primeiro lugar. Neymar tem um talento absurdo. Zé Roberto, Vargas, Barcos e a maioria dos atuais jogadores do Grêmio também têm grande talento.

Definido o talento é a vez do trabalho. E Renato, com seu reconhecido talento para treinar e motivar, consegue impor um ritmo de trabalho que antes não se via no Grêmio. E não defino trabalho no futebol como apenas treinar, pois é o que todos fazem. Trabalho sério é dedicação dentro e fora do campo; é entregar-se de corpo e alma a um objetivo; comprometer-se e ir além das obrigações básicas; treinar fundamentos, jogadas ensaiadas, cobranças de falta, de pênalti, finalizações, passes... e treinar à exaustão. Fora do local de trabalho algumas ações da vida pessoal podem afetar drasticamente a vida profissional, tais como se arriscar em alta velocidade com veículos, usar entorpecentes, noitadas, escândalos e outras atitudes pouco louváveis. Isso pode parecer idiota, mas vai diretamente contra o ingrediente que defino como “trabalho”.

E para completar a receita tem a sorte. Conheces alguém que tenha conquistado algo grande sem uma dose mínima de sorte? Aquele acontecimento inesperado que parece ter caído do céu na hora “H”; aquela bola que bateu no travessão, mas por um capricho do destino rebate nas costas do goleiro e entra; aquele pênalti contra que tiraria o time da competição, mas que resvalou no vento e foi parar nas mãos ou pés do goleiro.

Agora percebam as conexões: a sorte JAMAIS chega desacompanhada do talento e do trabalho. JAMAIS! Talvez para quem ganhe na megassena ou para as celebridades instantâneas (como o termo define: de instante. Quando o instante passa a pessoa some e isso não é “ser bem sucedido”), mas não é do que falo e sim de pessoas e times campeões, que conquistam algo pelo próprio mérito. Ninguém chega a isso sem uma dose, ainda que pequena, de sorte.

Poderia citar infinitos exemplos de gente bem sucedida e times campeões, mas não é o caso. O que quero dizer é que muito talento e muito trabalho podem existir sem sorte, mas raramente vão resultar em grande sucesso. Por outro lado esperar que só a sorte apareça quase sempre acaba em frustração ou em sucesso momentâneo como citei acima. É preciso trabalhar duro dentro das possibilidades do talento para aumentar as chances da sorte aparecer e, se ela aparecer, saber reconhecê-la e aproveitá-la.

Sábado enfrentaremos a Portuguesa, um adversário teoricamente fraco, pela última rodada do 1º turno. Depois começamos o returno contra o Náutico, o saco de pancadas do campeonato. Meus respeitos aos dois times, mas no momento é assim que são vistos. O Grêmio precisa treinar duro para tais jogos, pois são adversários frágeis que tendem a cometer erros (como aconteceu com a Ponte Preta) e o treinamento pesado servirá para nos aproveitarmos dos momentos em que eles errarão (sorte nossa), pois talento, o outro ingrediente, nosso time já tem.

Os concorrentes ao G4 chegaram e o líder disparou. Já estamos contando com a sorte de a tabela nos favorecer nas 2 próximas rodadas. É hora de somar 6 pontos para se manter no grupo e manter vivas as esperanças. A sorte, o trabalho e o talento estão lançados.

Saudações tricolores.

Fábio Guolo
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