Fazendo um retrospecto
do que já passamos no brasileirão talvez consigamos vislumbrar o
que há por vir na segunda perna do campeonato. Talvez consigamos
entender os entremeios da sorte que tivemos em alguns jogos e o que é necessário para que ela não nos abandone.
Até a 12ª rodada o
Grêmio vinha capengando, oscilando em vitórias magras, empates e,
derrotas para times mais fracos que passavam por momentos piores que
o nosso, salvo exceções. Normal se considerarmos que Renato
mal começara um trabalho de reestruturação do vestiário.
Na 13ª rodada a
vitória diante do Bahia fora decretou o início da reação
emplacando uma sequência de vitórias que só acabaria diante do
Goiás fora de casa. E é aqui que devemos ligar o alerta: em muitos
jogos ganhamos na sorte, mas nessa partida encaramos um adversário
em ascensão, bem preparado e jogando em seus domínios; detalhes que
sobrepujaram qualquer sorte que pudéssemos ter. Sem contar que,
tirando o próprio Goiás e o 3 x 1 aplicados no Cruzeiro, na Arena,
da 13ª rodada até a 20ª, só enfrentamos times que brigam para não
cair.
Assim é natural que
tenhamos perdido para o Atlético-MG ontem, o campeão da América,
um time melhor organizado, com grupo mais coeso. Em resumo: um time
melhor que o Grêmio. Só ganharíamos se tivéssemos contado com
mais uma boa dose de sorte além de mais treinamento nos passes e
finalizações. A sorte, que é loteria, não veio e o treino, que é
trabalho, faltou, pois todas as nossas finalizações foram em cima
do Victor ou pra fora.
E agora? O que podemos
esperar para as próxima rodadas? Vejamos:
Santos em casa 4ª
feira:
Perdemos a chande de
somar 3 pontos contra eles no começo da competição, quando
capengavam. Já acordaram e perderam para o vice-líder ontem porque
também não estão em ponto de bala, mas podem nos surpreender em
casa se esperarmos que apenas a sorte nos salve.
Vitória fora:
Outro no hall dos que
vão brigar para não cair e que devíamos esmagar. No meio da
tabela, jogarão em casa, ou seja, também podem surpreender.
São Paulo fora:
Mesmo caso do Santos:
até 2 rodadas atrás qualquer coisa diferente de vitória seria
inadmissível. Agora o Muricy voltou e eles acumulam 2 vitórias. Sem
contar que costumam fazer boas campanhas de 2º turno.
Atlético-PR em
casa:
Outro time que voa. Não
será surpresa nenhuma se perdermos pra eles em plena Arena.
Botafogo fora:
O Vice-líder do
campeonato. Ganhamos em casa no começo quando eram líderes, mas e
agora?
Criciúma em casa:
Teoricamente o jogo
mais fácil de ser ganho daqui até a 31ª rodada. Teoricamente.
Fluminense fora:
Sinceramente, com o
Luxemburgo lá creio que temos boas chances de dar um
sacode neles. Questão de estudar o jogo e dar o sangue para ganhar.
Do contrário esqueçam.
Corinthians em casa:
É possível, para
nossa sorte, que o Timão esteja em decadência. Enfrentá-los-emos
fora, antes deste jogo e também depois, em casa, pela Copa do
Brasil. A se confirmar a possível decadência será hora de nos
aproveitarmos da situação e agarrar com unhas e dentes a chance do
penta na Copa do Brasil.
Gre-Nal fora:
Clássico é clássico
e quase sempre é resolvido na sorte. O coirmão tem um timaço no
papel que dá sinais de ascensão. Todo cuidado é pouco.
Coxa fora:
O Coritiba nos venceu
na Arena, mas naquela época, ao contrário de hoje, eles estavam em
alta. Até é possível uma vitória lá, mas ainda é uma incógnita.
Depois disso começa,
teoricamente, a parte mais fácil da segunda perna para nós. A parte
em que enfrentaremos maioria de times que brigam para não cair. Por
isso eu digo que cabe ao Grêmio e ao Renato decidirem o que querem
para essa competição. Contar só com a sorte, como tem sido, não
vai dar. Não vai nos dar título e nem mesmo garantir uma vaga no
G4.
O que será o
campeonato, para o Grêmio, vai se decidir até a 31ª rodada, pois o
que vem depois é a obrigação de ganhar em todos os jogos. É hora
de dar o sangue, treinar mais e fazer o algo a mais. Houve grande
evolução desde que o Renato chegou, mas essa evolução não pode
parar e é esse começo de 2º turno que vai nos dizer se a ascensão
continuará ou estagnará.
O que vocês acham, irmãos imortais?
Saudações tricolores.
Fábio Guolo
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